***Cultura?***









                           Quando eu comecei o blog, comecei como uma forma de falar sobre todo o processo do câncer da minha mãe. Fiquei quatro anos sem escrever e retomei em fevereiro de 2018. Nunca me considerei uma escritora. Sempre achei um título muito pesado de se carregar, ainda mais quando penso nos meus escritores favoritos, como Machado de Assis e Clarice Lispector. Sempre amei ler e escrever é o meu dom. Amo as palavras escritas ou faladas. Histórias de vidas reais ou inventadas. Acredito que toda vida tem algo a nos ensinar, seja bom ou ruim.
                           Ontem, fui ao cinema assistir o filme O Tradutor, conta a história real de um professor de literatura russa que foi designado pelo governo cubano para trabalhar como tradutor num hospital que cuida de crianças vítimas do desastre nuclear de Chernobyl. O filme é lindo! Quem puder assista, para se ter a oportunidade de se conhecer um cinema fora do shopping e também para se entender que existe vida fora dos Vingadores (quem me conhece vai entender a piada). Ao lado do cinema fica uma livraria que eu amo na Paulista, a Livraria Cultura. Que lugar incrível! Fazia mais ou menos uns seis anos que eu não passeava um pouquinho naquele local. Sempre foi um dos meus lugares favoritos aqui em São Paulo e voltar me deu novamente uma sensação de pertencimento.
                             Por que estou escrevendo tudo isso? Porque essa semana o governador de São Paulo, João Doria anunciou cortes na área da Cultura, e Museus poderão ser fechados ou terem seus dias de funcionamento reduzidos. Muitas pessoas podem pensar que Cultura não tem importância, mas tem. Quantas histórias de vida são transformadas através de um livro? No aprendizado de um instrumento musical?
                              Quando a minha mãe fazia quimioterapia existia alguns voluntários que tocavam violão e cantavam, aquilo aliviava um pouco aquele momento de sofrimento. Uma pintura ou uma foto que nos faz relembrar um momento histórico. Um filme que conta uma história que nos traz reflexão ou diversão depois de um dia de trabalho.
                                Nesses últimos tempos, o nosso presidente Jair Bolsonaro, sempre fez questão de alguma forma desmerecer os nossos artistas e algumas pessoas foram levadas por sua opinião e começaram criticar cantores como Chico Buarque, Caetano Veloso e tantos outros, sem conseguir fazer a separação do artista e suas obras, da pessoa e suas ideias. É gravíssimo quando uma nação não valoriza a sua arte.
                                 Uma vez, eu li pessoas que defendiam o fim do Ministério da Cultura no Brasil fazendo a comparação com a França, dizendo que lá não existe o Ministério da Cultura, o que é uma mentira. Os franceses tem o Ministério da Cultura em conjunto com o Ministério da Comunicação. Para piorar a comparação e nos deixar com vergonha, li uma reportagem que dizia que quando o Filósofo Jean-Paul Sartre faleceu havia milhares de pessoas no cortejo prestando homenagens aos escritor. Por que isso acontece? Acontece porque é um país que investe em Educação e Cultura, algo que está tão escasso e o escasso está tão ameaçado de acabar. Artistas brasileiros que são desprezados aqui, são tratados como ídolos nestes países que valorizam esses dois itens.
                                 É para se pensar que existe algo de errado no nosso país e pararmos com essa polarização política burra que somente está prejudicando o Brasil.



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