Somos Íntimos?

Nunca vivemos um tempo em que acreditamos que estamos cada vez mais íntimos das pessoas. Temos acesso à fotos, vídeos, sabemos o que a pessoa gosta de comer, ouvir, ler, tudo isso sem precisar perguntar nada para a pessoa em questão. Simplesmente, damos uma fuçada no Facebook ou Instagram e já acreditamos que temos a intimidade todinha da pessoa, e essa crença é ainda mais reforçada quando temos algum tipo de contato com a pessoa pelo Whatsapp. É um ledo engano, intimidade não tem nada a ver com corpo, tem a ver com alma. Eu posso ficar horas e horas teclando no Whatsapp, mandar áudio e mandar até nudes, mas se eu não despir a minha alma, desnudar os meus sentimentos, simplesmente somos pessoas próximas. Nós estamos confundindo intimidade com proximidade. Conseguimos com muita facilidade tirar a nossa roupa na frente de estranhos, mas temos uma dificuldade enorme em nos despir diante de amigos e familiares. Por que essa dificuldade? Porque no momento em que mostro quem eu sou para uma pessoa, eu me torno íntima desta pessoa e com isto formo uma conexão com a pessoa, e hoje em dia o que mais queremos evitar é ter algum tipo de vinculo com as pessoas. Ter vínculos com as pessoas machuca, traz dor, traz sofrimento, porque quanto mais a pessoa me conhece, mais ela pode me ferir e uma ferida causada por uma pessoa próxima que amamos doi muito mais do que qualquer coisa do mundo. Por isso, preferimos não nos envolver, preferimos relações superficiais, de cinco minutinhos de conversa e qual motelzinho podemos ir?, para que isso não nos traga dor, sem perceber que isso não nos faz bem, porque nós somos seres humanos que precisamos nos relacionar. Deus nos fez para que possamos ter relacionamentos. Relacionamentos com Deus, com os amigos, com a família, somos seres relacionáveis, e quando saimos da ordem natural da criação nos tornamos pessoas cheias de barreiras, fechadas, cheias de máscaras e isso nao se sustenta por muito tempo, começa à ruir, trazendo depressão e tantas outras doenças, porque simplesmente preferimos despir o nosso corpo diante de um estranho, mas não temos a verdadeira coragem de se desnudar diante de um amigo ou familiar.